sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Esclarecendo e informando sobre HIV/AIDS

O primeiro caso de AIDS registrado no mundo foi no início da década de 80. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, contudo, foi descrita em 1981.  A primeira vítima da doença foi a médica e pesquisadora dinamarquesa Margrethe P. Rask, que faleceu em 12 de dezembro de 1977 de uma doença que a deteriorou rapidamente. Rask esteve na África, estudando sobre o Ebola, e quando começou a apresentar diversos sintomas estranhos para a sua idade.
A autopsia do seu corpo revelou que os pulmões estavam repletos de microorganismos, que ocasionaram um tipo de pneumonia e vieram a asfixia-la. Contudo, a pergunta que pairava era: ninguém morria em função disso, o que estaria acontecendo? Historicamente, talvez esse seja o primeiro caso descrito de morte por decorrência da AIDS.
Os primeiros casos foram reconhecidos nos Estados Unidos, em função de um conjunto de sintomas (Sarcoma de Kaposi e Pneumonia pelo Pneunocistis carinii) em pacientes homossexuais masculinos provenientes de grandes cidades norte-americanas (Nova York, Los Angeles e São Francisco).

Embora estes sintomas já fossem conhecidos anteriormente, no seu conjunto apresentavam características próprias: a pneumocistose, por exemplo, ocorria em pacientes com câncer em estágios avançados (foi a doença que atingiu a médica dinamarquesa); já o Sarcoma de Kaposi era bem conhecido entre idosos procedentes da bacia do mediterrâneo.

Eles nunca haviam sido observados, até então, ao mesmo tempo, em pacientes homossexuais masculinos sem histórico de outras doenças.
Diante deste quadro, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o órgão de vigilância epidemiológica norte-americano, passou a estudar a doença e definir o seu perfil clínico e epidemiológico.


Como a incidência, no início, era predominantemente entre homossexuais, suspeitou-se que houvesse relação entre a doença e este estilo de vida. No entanto, não tardaram a surgir casos entre heterossexuais e crianças recém-nascidas. Apesar disso, as principais características epidemiológicas continuaram sugerindo que a doença era infecciosa, transmitida por via sexual, vertical e parental.

Descobrindo as Causas

Com o agravamento da disseminação da AIDS, muitos estudos foram iniciados na tentativa de identificar-se o agente etiológico da doença, possivelmente um vírus. Num primeiro momento, os vírus Citomegalovírus, Epstein-Barr e Hepatite B foram os maiores suspeitos. Não demorou para que os cientistas se dessem conta de que se tratava de fato de um vírus novo.

No ano de 1982, pesquisadores do CDC estavam colhendo dados a respeito de nomes de pessoas homossexuais que houvessem mantido relações sexuais entre si, a fim de mapearem aquela doença, até então não compreendida em relação à sua forma de transmissão.

 Grande parte das pessoas entrevistadas relata haver conhecido um mesmo homem, um comissário de bordo de origem franco-canadense, Getan Dugas. Mais tarde, como escreveu Shilts, este homem passou a ser conhecido como o paciente zero, a partir de quem a doença teria cruzado o oceano atlântico. 

Somente em 1984, quando milhares de pessoas já haviam contraído a doença, que o retrovírus, considerado agente etiológico da AIDS, foi descoberto. Dois grupos de cientistas reclamaram ter sido o primeiro a descobri-lo, um do Instituto Pasteur de Paris, chefiado pelo Dr. Luc Montangnier e o outro dos Estados Unidos, chefiado pelo Dr. Robert Gallo.

O fato é que uma das pesquisadoras do Instituto Pasteur de Paris, Françoise Barre-Sinoussi, conseguiu cultivar um retrovírus em laboratório e enviou o material para o laboratório de Robert Gallo, para que este confirmasse o seu achado, por se tratar de um eminente cientista.

Com base neste material, Gallo divulgou a descoberta como se fosse sua, vindo a retratar-se somente no início da década de 90. Gallo é um importante virologista, e já havia identificado outros dois retrovírus, o HTLV – 1 e o HTLV 2 (Human T Leukemia-limphoma vírus type 1 and 2) e, por isso, o agente etiológico da AIDS foi inicialmente conhecido, nos Estados Unidos, como HTLV – 3.

Na França, ele foi reconhecido como LAV, associado a linfadenopatia. Depois das disputas da comunidade científica serem devidamente esclarecidas, chegou-se ao consenso de denominá-lo HIV, ou, em português, vírus da imunodeficiência humana.

Em 1985 estava no mercado um teste sorológico para diagnóstico da infecção pelo HIV que podia ser utilizado para triagem em bancos de sangue. Após um período de conflitos de interesses político-econômicos, esse teste passou a ser usado mundo afora e diminuiu consideravelmente o risco de transmissão transfusional do HIV.

Em 1986, foi aprovada pelo órgão norte-americano de controle sobre produtos farmacêuticos Food and Drug Administration (FDA), a primeira droga antiviral, a azidotimidina ou AZT. Este revelou um impacto discreto sobre a mortalidade geral de pacientes infectados pelo HIV.

Em 1994, um novo grupo de drogas para o tratamento da infecção passou a ser estudado, os inibidores da protease. Estas drogas demonstraram potente efeito antiviral isoladamente ou em associação com drogas do grupo do AZT (daí a denominação "coquetel"). Houve diminuição da mortalidade imediata, melhora dos indicadores da imunidade e recuperação de infecções oportunistas.

Ocorreu um estado de euforia, chegando-se a falar na cura da AIDS. Entretanto, logo se percebeu que o tratamento combinado (coquetel) não eliminava o vírus do organismo dos pacientes. Some-se a isso também os custos elevados do tratamento, o grande número de comprimidos tomados por dia e os efeitos colaterais dessas drogas. A despeito desses inconvenientes, o coquetel reduziu de forma significativa a mortalidade de pacientes com AIDS.

Na época, o estudo sobre a AIDS dividia-se em, basicamente, duas linhas principais de pesquisa: uma busca uma vacina eficaz, visando imunizar os indivíduos pertencentes a populações sob risco; e outra visando buscar drogas antivirais mais potentes e com menos efeitos colaterais, visando erradicar o vírus do organismo de pacientes infectados.
A AIDS foi, inicialmente, associada de forma estigmatizadora, a grupos de risco, tais como homossexuais, prostitutas, dependentes químicos e hemofílicos, localizados em grandes centros urbanos. O resultado desta associação foi disseminar a falsa noção de que os que não pertenciam a estes grupos estariam a salvo da AIDS. Além disso, reforçou preconceitos e estigmas vigentes contra algumas minorias. 
Hoje, o sistema de tratamento da AIDS brasileiro é considerado um dos melhores do mundo. O governo federal oferece tratamento a todos os portadores do vírus pelo Sistema Único de Saúde (SUS), independentemente do estágio da doença. A partir de fevereiro de 2014, estará disponível no mercado um teste rápido para detectar o vírus da AIDS, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O exame poderá ser vendido em farmácias – medida que está sendo estudada pelo governo – e é feito através da coleta da saliva pela própria pessoa. O resultado sai em 20 minutos e o teste deverá custar cerca de R$8. além disso, o Ministério estará uma nova estratégia para prevenção da infecção pelo HIV: disponibilizarão antirretrovirais para grupos vulneráveis ao contato com o vírus. O projeto piloto será realizado no Rio Grande do Sul. Fonte: http://www.boasaude.com.br/
Com base nesse assunto o fotógrafo Daniel Fernandes criou em agosto de 2016 o canal “Prosa Positiva”, onde procura quebrar o tabu sobre o HIV, tratando com naturalidade e descontração questões relacionadas ao tema.
Em seu canal ele trata de vários assuntos como: contar ou não as pessoas sobre ser soropositivo, pessoas que convivem há anos com a sorologia e como elas encaram tal situação, discriminação e crime com soropositivos, relacionamento entre casais soro discordantes, direitos trabalhistas, mitos e verdades quanto a formas de contrair o vírus.
Em entrevista, Daniel conta que teve a ideia de fazer o canal para esclarecer as pessoas quanto a seus direitos, quebrar tabus, além de poder contribuir informando, para que pessoas que vivem com essa realidade tenham mais qualidade de vida tendo os preconceitos, a discriminação e a falta de informação minimizados o tanto quanto possível.
Abaixo segue uma entrevista com Daniel, onde o mesmo fala como surgiu a ideia de criar esse Canal, e do seu principal objetivo. https://www.facebook.com/ramires.santiago/posts/1255511011177587?notif_t=like&notif_id=1479509274497914
 Faculdades ALFA
Ramires Santiago
3º Período 

De olho na comodidade do cliente, marcas investem em moda delivery

No esquema ligou chegou, as marcas femininas agora aderiram a um novo jeito de vender: o delivery. Sem compromisso, as empresas entregam roupas e acessórios nas casas das clientes para que elas na tranquilidade de suas casas provem e selecionem o que desejam comprar. As peças ficam com as clientes, por um período que pode variar de 3 dias a uma semana.
A empreendedora Lena Neres é dona de uma marca delivery, negócio que já dura 4 anos e que conta com o auxílio da internet: “Tudo começou com meus posts nas redes sociais e de início com a dificuldade de locomoção das clientes, trabalho e a correria do dia a dia, eu percebia que as clientes gostavam das peças, tinham interesse, porém elas não tinham essa disponibilidade para ir no showroom para experimentar”, conta Lena.
Proprietária de uma marca de roupas que leva seu 
nome, Lena Neres conta como funciona o serviço delivery.

Foi a partir da necessidade de suas clientes que Lena viu a oportunidade de ouro para se firmar no mercado, e conquistar de vez a confiança de seu público. Ela conta como funciona o negócio: “Monto os looks de acordo com o perfil das clientes, procuro identificar manequim, preferências, porte físico e em cima desse levantamento montamos os looks e envio. Assim podem provar, o que não gostam elas devolvem”, conta a empreendedora.
Essa nova modalidade de vendas tem chamado a atenção pela comodidade oferecida ao cliente, e por esse fator o retorno é garantido, já que as clientes se fidelizam ao serviço e sempre compram novamente, como aponta Lena: “Hoje eu posso falar que 80% das minhas clientes, estão comigo há mais de 3 anos, são clientes fiéis que compram quase toda semana, ou todo mês”, relata Lena.
O fator que conquista a cliente é a tranquilidade de experimentar todas as peças no conforto de casa. A professora Cecília Alves relata sua experiência: "Achei muito legal a ideia de levar as peças para casa e poder experimentar, porque não tenho tempo de ir na loja por causa do trabalho e faculdade. Então a loja entrega na minha casa, eu experimento e escolho com o que vou ficar. Já comprei uma vez, e com certeza vou comprar de novo”, afirma Beatriz.
Por ter que avaliar o perfil, e selecionar quais peças se encaixarão melhor no gosto da cliente, o trabalho desse segmento é também o de uma assessoria de moda, segundo Lena, com a diferença que essa assessoria não tem um custo adicional.
Vídeo de apresentação retirado do canal do youtube da marca 
Moda em Movimento, que trabalha exclusivamente com 
o serviço delivery.

Priorizando cada vez mais a exclusividade e conforto do cliente, alternativas como essas têm alcançado sucesso no Brasil inteiro, e de acordo com Lena Neres o segredo do sucesso nessa área é acompanhar o serviço de perto, avaliando as reações das clientes: “Eu afirmo com toda precisão que o grande segredo é gostar do que faz, eu tenho muito amor pelas minhas clientes e acompanho a montagem de perto, eu oriento as minhas funcionárias como se eu estivesse montando, isso é muito bom."

Francielle Carvalho
Jornalismo, 3° Período
Faculdades Alfa









domingo, 6 de novembro de 2016

FOP: A batalha em família por uma vida melhor

Por Kamilla Oliveira
3° Período, Jornalismo


        Fibrodisplasia Ossificante Progressiva (FOP) é uma doença causada por uma mutação genética e atinge uma a cada dois milhões de pessoas. A criança ao nascer apresenta uma má formação no dedão do pé bilateral e este é o sinal específico da doença. Os sintomas da FOP podem aparecer em qualquer época da vida, porém é mais comum se manifestar na idade pré-escolar, caracterizada por traumas e formações ósseas em ligamentos, tendões e músculos. 
foto friends with fop

          A dentista Marilene Palhares, de 57 anos, mãe de Alexandre Garcia Palhares de 32 anos portador da doença rara, diz que logo que ele nasceu notou as deformações nos dedos do bebê,  e dois dias depois tiveram a informação que poderia ser sinal da doença FOP. “Como mãe era melhor não acreditar”, diz a dentista, e confessa que usou materiais de odontologia para tentar corrigir os dedos do filho. A mãe relata que médico algum jamais havia visto a doença e então pensaram que nada poderia ser feito.
Quando Alexandre estava com dois anos caiu e bateu a cabeça, e uma semana depois amanheceu com uma inflamação na nuca. Durante essa semana o médico pediatra alertou Marilene que se não melhorasse, poderia iniciar uma ossificação e ele perderia os movimentos. A medida que vai ocorrendo as ossificações fora do lugar o paciente vai perdendo a mobilidade de suas articulações e, de forma progressiva, os movimentos, se tornando cadeirante ou acamado. Nesse sentido alguns podem até serem levados a morte por problemas pulmonares.
Foto Miramar Júnior
A família temia muito pelo pior. Descobriram em um livro com poucas informações a gravidade da doença e então resolveram se mudar para os Estados Unidos em busca de tratamento. “Foram muitos anos acompanhando o desenvolvimento da doença e buscando caminhos para o tratamento.Há quatro anos e meio chegou à conclusão de quais medicamentos poderiam fazer o controle”, diz a mãe aliviada e feliz com os resultados alcançado pela pesquisa.
       Alexandre está em tratamento com medicamentos desenvolvido pelo próprio pai, o pediatra Durval Batista Palhares, que a pouco mais de quatro anos conseguiu obter resultados sobre quais medicamentos poderiam ser usados na luta contra a doença.  O pediatra comenta sobre os estudos realizados ao longo dos anos: “houve várias publicações, a defesa de um mestrado, um doutorado em FOP, e em desenvolvimento há mais dois doutorados”.
Segundo Marilene já são 20 pacientes em tratamento domiciliar com o medicamento desenvolvido pelo pediatra, como é o caso da jovem Fernanda Aparecida, que aos oito anos de idade foi diagnosticada com FOP. Fernanda teve vários momentos da sua vida privados pela doença, como terminar o ensino médio em casa, pois a escola não tinha acessibilidade. Hoje aos 20 anos ela comenta como foi importante à descoberta de um medicamento que visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Foi importante saber que depois de muitos anos temos a chance de poder ter uma vida melhor sem sentir tantas dores.E saber que os novos pacientes podem ter uma infância mais normal apesar de todas as dificuldades”, relata Fernanda.
O pediatra acredita que até janeiro de 2017 partes importantes das pesquisas serão concluídas. “Os resultados sairão em breve na literatura mundial, estamos correndo contra o tempo para concluir e ter ainda algumas respostas em biologia molecular”, diz Durval.