quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Cidade de Goiás, e sua arquitetura encantadora


              A cidade de Goiás possui uma arquitetura diferenciada, conhecida como arquitetura colonial. O seu estilo é Art Déco que é traçado com linhas verticais e horizontais. Em um passeio na cidade você observa que as casas, lojas e igrejas são antigas e coloridas, sendo mantida 90% da sua arquitetura original. As ruas são de pedras, as casas são juntas uma da outra e suas janelas são largas e compridas. Para explorar bem a arquitetura da cidade é preciso andar bastante para conhecer cada pedacinho como a praça do coreto, museus, as igrejas, largo do chafariz entre outros pontos turísticos e suas culturas.

Foto: Yohanna Santos


            Considerada um dos patrimônios arquitetônicos mais ricos do Brasil, a cidade de Goiás garante para os turistas uma verdadeira viagem no tempo. As lojas, restaurantes, igrejas, casas e museus todos contam com uma bagagem cultural que é mantida até hoje, poucos lugares tiveram alteração nos últimos anos. O lugar mais visitado da cidade, e que demonstra bem a arquitetura histórica, é a casa onde viveu Cora Coralina, que foi uma poetisa, contista brasileira, e doceira de profissão. Era uma mulher simples, que produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular das ruas históricas de Goiás. Hoje sua casa é um museu, e em uma das janelas foi feita uma estatua que representa Cora Coralina,

Foto: Yohanna Santos


              Visitei a cidade e fiquei encantada com todos os detalhes. As lojas são modernas mas que mantém a arquitetura histórica, o que as fazem ser diferentes das que costumamos ver nas grandes cidades, é interessante ver que não tem um portão para entrar na casa. Durante a caminhada pela cidade a cada momento nos surpreendemos com a forma que mantêm a historia por tanto tempo, e pelo cuidado que todos tem para deixá-la do mesmo jeito que era anos e anos atrás. Vale a pena ver de perto essa arquitetura encantadora e conhecer mais sobre as historias da Cidade de Goiás.

                                                                         
                                                                                                                          Lara Beatriz
                                                                                                                            4º Período

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Goiás, a velha de ouro que parou no tempo



por Celso Assis
O sol reflete sua luz nas pedras de calçamento e nas paredes históricas da cidade de Goiás há quase trezentos anos. Somente o ouro para motivar os bandeirantes a andarem milhares de quilômetros Brasil a dentro para aparecerem na Serra Dourada e fundarem uma vila longe de qualquer outro grupo humano. A mineração saiu de moda e o centro parou no tempo. Isso não é ruim. O futuro bem alicerçado depende de uma boa noção do passado.
A antiga capital da província goiana resiste bravamente às intervenções do tempo. Sua elegância permanece nesta preservação. Os cerca de 24 mil habitantes de Goiás vivem, em sua maioria, na parte moderna da cidade. O centro histórico é tombado como patrimônio mundial da humanidade pela Unesco desde dezembro de 2011. Lojas de artesanato, bares, museus, restaurantes e agências governamentais se adaptaram à estrutura de séculos passados, tudo para que não haja prejuízo à memória da cidade.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) trabalha para não fazer a arquitetura de Goiás se perder no tempo, mas quem faz o serviço mais valioso em prol da cidade são seus moradores. A memória das antigas gerações conserva as histórias, as personagens, os “causos” que passaram por lá. Da lenda da pira com álcool do Anhanguera às margens do Rio Vermelho até os biscoitos com poesia de Cora Coralina, existem pessoas naquela cidade que se encarregam de repassar tais memórias.
Fim de tarde, João Maria Berquó caminha pela cidade que mora há 82 anos. Turistas subindo, estudantes descendo, seu Berquó percebe o interesse de certas pessoas pela história de Goiás. Não é difícil encontrar pessoas assim, afinal, quem vai até Goiás Velho é quem quer ver o que não se vê nas cidades modernas. Seu Berquó é desses que não gosta de ver gente perdida. Se tem alguém que quer ouvir histórias, aquele senhor está lá para contá-las.
Assim que captura seus ouvintes, o homem aponta daqui, fala dali:
- O antigo cinema ficava nesse beco.
Comenta com naturalidade sobre pessoas que a gente só vê nos livros:
- Pedro Ludovico Teixeira gostava desse lugar.
Seu Berquó nasceu poucos anos antes de Goiânia se tornar oficialmente a nova capital do estado, em 1937. Enquanto caminhamos próximo da Casa da Ponte, o cidadão ilustre de Goiás conta sobre as peripécias dos coronéis de antigamente que atendiam pelos sobrenomes Caiado e Fleury. Por ter já certa idade, não eram poucas as vezes que seu Berquó simplesmente mudava de assunto no meio da conversa ou pedia para falar mais alto. Próximo ao Fórum Municipal, ele nos conduz ao seu escritório.

O número 4 da Rua Senador Eugênio Jardim foi no passado o primeiro Consulado da Alemanha. O sobrado era um dos poucos edifícios residenciais com dois pavimentos da cidade. Segundo seu Berquó, a sacada tinha um propósito maior que o estético quando foi construído: daquela altura podia-se se índios da tribo Goyá se aproximavam para atacar.
A sala de entrada era quente e abafada. Percebia-se que estava na hora de uma repaginada no lugar. Parecia uma mistura de boticaria com biblioteca. A bagunça do escritório de seu Berquó era “elegante”, podia-se dizer: livros, recortes de revistas, fotos antigas, estantes empoeiradas e quadros borrados, além de várias quinquilharias estavam jogadas por todo o lugar.
Enquanto o homem falava sem parar sobre histórias da cidade, os estudantes olhavam fascinados pelo pequeno museu que era aquele gabinete. Isso aconteceu com este grupo, deve ter acontecido com outros e certamente acontecerá com os próximos que Berquó trará para a visita. As fotografias coladas em um álbum improvisado renderiam um combate mortal entre historiadores. Escravos de pele impressionantemente negra, homens sacudindo peneiras no Rio Vermelho a procura de ouro, mulheres lavando roupa e coletando água nos antigos chafarizes da cidade. Cada foto possuía uma legenda, embora fosse ilegíveis, mesmo com todo o capricho das letras.
A bagunça “organizada” de seu Berquó esconde preciosidades, como essa edição da revista VEJA de julho de 1986 trazendo na capa o senador Ronaldo Caiado (de família tradicional em Goiás). O título “A força da UDR” (União Democrática Ruralista) explica “como os fazendeiros enfrentam a reforma agrária do governo”.
Quadros de Pedro Ludovico Teixeira, o grande interventor federal em Goiás tinham lugar de destaque na parede. Títulos de honra ao mérito a João Maria Berquó como cidadão goiano e farmacêutico também se exibiam. Ferros a brasa e duas palmatórias escolares eram colocadas sobre as estantes como troféus.
Pedro Ludovico Teixeira em trajes de explorador.
Como disse o próprio seu Berquó, a cidade mudou pouco nos últimos duzentos anos. O ouro que milhares de pessoas vieram procurar ainda está por aí, de acordo com o senhorzinho. Talvez não seja extraído em Goiás, mas no mesmíssimo Rio Vermelho que cruza a antiga Vila Boa, ouro está sendo minerado por uma empresa australiana em Crixás, há 300 quilômetros dali.
Onde está reservado o futuro de Goiás Velho? Na tradição. A procissão do Fogaréu, o Festival Internacional de Cinema Ambiental (o FICA, que acontecia naquele mesmo fim de semana), a transferência simbólica de capital para Goiás em um dia de julho, o artesanato e o turismo contribuem para manter a cidade imune às modernidades das outras cidades. No entanto, isso só acontecerá se pessoas como João Maria Berquó continuarem apreciando o passado sem serem saudosistas e visar o futuro com o pé no chão. Verdade seja dita: a cidade de Goiás parou no tempo e este é o maior elogio que alguém pode render a ela.
João Maria Berquó em seu escritório pessoal.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A poesia legitima a maluquez das pessoas

Poesia: a forma mais marginal de literatura

por Juliana Camargo
Malabarismo com as palavras, jogo de sentidos e significados, uma das formas mais antigas de se fazer arte: a poesia. Para uns são apenas versinhos escritos com métrica e rima, para outros essa é a forma mais marginal e humana de se fazer literatura. Mas não qualquer literatura, há quem diga que essa é a literatura com cheiro de gente, a literatura que está viva.
 Kaio Bruno Dias
Mas onde está essa poesia? Talvez ela esteja por toda parte e às claras, disponível e palpável a todos. Segundo Kaio Bruno Dias, poeta e ativista cultural em Goiânia, a poesia é uma entidade abstrata, como se ela enchesse e entrasse dentro de uma forma. O verso é o corpo e a poesia a alma. “Sem essa alma o corpo não tem sentido e não existe, é como um carro sem gasolina, Bochecha sem Claudinho, avião sem asa, fogueira sem brasa”, complementa Kaio, brincando em referência a música de Adriana Calcanhotto.
A poesia é algo que pulsa. Ela surge enquanto se está vivenciando, sentindo, sendo instigado. “É o transbordamento de sensações”, como é definido por Kaio Bruno. O poeta em diversos momentos se sente 'incomodado' e então a poesia acontece. “Posso escrever sobre o porquê as pessoas na hora de cumprimentar não beijam de verdade no rosto uma da outra, elas dão bochechadas. Posso escrever também sobre o meu aluguel atrasado, por exemplo”, relata o escritor.
Podemos encontrar poesia onde menos se espera. Uma surpresa que ameniza o cansaço e faz brotar um sorriso em meio a pessoas desconhecidas. Algumas sentadas a sós, outros com alguém do lado e várias em pé. O cenário é o Eixo Anhanguera. Surgiu então em 2013 o Literatura no Eixo, com a intenção de sacudir a energia do ônibus que segundo Kaio Bruno Dias é muito pesada devido às viagens que são estressantes, cansativas, ao preço da passagem e os ônibus sempre lotados.
Integrantes do projeto Literatura no Eixo 
O projeto é uma iniciativa independente em que Kaio Bruno e um grupo de amigos entram nos ônibus declamando poesias, cantando e levando um pouco de cor onde o cinza que sai dos escapamentos prevalece. “Eu via muito vendedor ambulante, gente pedindo, aí eu pensei, porque não criar um projeto que ao invés de entrar pedindo, a gente não entra oferecendo alguma coisa? ”, relata o poeta.
O estudante de psicologia Higor de Sousa Britto, amante compulsório por poesia, que por vezes depende do transporte coletivo, acredita que projetos como esse tornam a arte cada vez mais acessível. Exatamente por esse motivo, o Literatura no Eixo foi bem recebido e agradou aos goianienses que passam pelo Eixo Anhanguera. A cada vez que embarcavam nos ônibus o clima era de comunhão entre as pessoas. “Na maioria das vezes a gente era aplaudido quando descia do ônibus, muitas vezes o pessoal filmava as apresentações e depois vinham trocar ideia”, relata Kaio Bruno.
Poesia é uma terapia que exercita e alivia a mente. Pedro Salomão, poeta, ator e compositor encontrou na poesia seu refúgio, um apoio para se recuperar da dor da perda. Segundo ele, a poesia foi se enraizando e adentrando em sua vida aos poucos, mas o verdadeiro parto da poesia foi depois do falecimento de seu melhor amigo.
Assim, Pedro começou a colocar em forma de textos as suas angústias.  “Comecei a escrever mesmo sem saber que aquilo era poesia, era uma forma mais agressiva de escrita, eu escrevia na parede do meu quarto”, declara o poeta. Desta forma, as poesias eram sobre saudade, sobre o vazio, sobre a amizade interrompida bruscamente. "Poesia é a janela que faz correr o vento entre minha alma e o mundo. Era assim que eu entendia e é assim que eu entendo até hoje", afirma Pedro.
Após cerca de dez meses de luto, o poeta começou a fazer outros textos, com outros temas, outra perspectiva. Era uma visão positiva novamente sobre a vida e sobre si. Uma delas, intitulada ‘Amor se faz com barba, poesia erótica que ele gravou em forma de vídeo recitando-a e por insistência de alguns amigos resolveu postar nas redes sociais. Para sua surpresa, viralizou.


        Depois tantas visualizações, compartilhamentos e curtidas, uma amiga de Pedro sugeriu a criação de uma página no Facebook.  Desde sua criação em janeiro, são feitos dois posts por dia, o que exige um compromisso maior de Pedro com a arte, como ele mesmo relata: “Escrevo por amor à arte, mas tenho que me esforçar. Preciso ter a responsabilidade de produzir poesia todo dia e produzir conteúdo para página, então não é só um hobbyzinho”. Um dos poemas mais famosos de Pedro é o ‘Carinho de dedo’


Mas afinal, se a poesia está por toda parte e até mesmo nos momentos difíceis, quem seria esse poeta? Será um ser divino com uma espécie de dom da escrita e um hiper sentimentalismo? “Quando se fala o ‘dom’ da escrita, parece que é algo distante, como se o poeta estivesse vendo os reles mortais não-poetas do topo de uma montanha, mas não é bem assim”, declara Kaio Bruno Dias, e conclui dizendo que as coisas ao redor podem despertar um sentimento maior em algumas pessoas, mas seria simplório afirmar que elas vão ver poesia em tudo
Então, como o Higor de Sousa diz “todo mundo é uma poesia esperando para ser lida”. De alguma forma, todos fazem poesia porque sentem esse transbordamento de sensações, mesmo que não seja escrevendo versos. As formas de se expressar são infinitas, mas não há de se negar que a poesia é uma das formas mais belas de deixar sair aquilo que de mais primitivo grita dentro de si.   

O poeta é um fingidor

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Fernando Pessoa
  
Pedro Salomão
E se a poesia não existisse? O que seria do pobre poeta? Muito provavelmente seria apenas um lunático com seus devaneios. Pedro Salomão confessa que “a poesia é um tipo de arte e a arte é o que legitima a maluquez das pessoas”, e complementa:  “Se não fosse a arte a gente seria considerado um maluco, mas ainda bem que a arte existe, que daí nós podemos ser artistas”.

Brechós, universo dos "achadinhos"

Brechó: vestir-se bem, pagando pouco

por Thaillyne Rodrigues

Lucas da Costa
Encontrar seu estilo. Fazer sua própria moda. Achar aquilo que te define. Essas tarefas são um tanto quanto complicadas, e exige atitude, disposição, personalidade, inventividade e geralmente custa caro. Mas quando se tem paciência para procurar, os brechós são excelentes opções, que vão de peças luxuosas a roupas simples do dia-a-dia, de acessórios recém lançados ao retrô. Esse universo de objetos usados oferecem bastantes alternativas para que cada tipo de pessoa encontre seu estilo, aquilo que te define e faz bem, de forma mais acessível e sustentável.
Lucas da Costa, que há quatro anos faz compras em brechós, fala sobre seu fascínio por essa escolha de compras: “Acredito que o que mais me atrai nessas buscas trabalhosas por novas peças é encontrar algo inusitado, sempre em minhas compras há o elemento surpresa. Gosto também da pluralidade de estampas, tecidos, texturas e cortes de peças que podem ser encontradas em brechós”. Mas para encontrar esse ‘algo inusitado’, é necessário disposição, como o próprio Lucas diz: “Comprar em brechós não é fácil e demanda bastante tempo. ”

Camisa comprada em um "achadinho"
                                                                                                                                                             Goiânia oferece muitas opções de brechós, dentre elas o Nô Brechó , da empresaria Noêmia Lima, que funciona desde de 2012 e oferece roupas usadas, seminovas, retrô, vintage e trabalha com multimarcas. Além de vender objetos usados, o Nô Brechó, também compra peças. Fazendo com que assim, o cliente também possa trocar de roupas e de energias positivas. “O meu diferencial é o atendimento, e o perfil do público é aquele que busca preço baixo”, afirma Noêmia.
  Uma outra opção é o Empório Armário Brechó e Suqueria , que além de moda, combina, arte, gastronomia, cultura, com apresentação de artistas, declamação de poesias, promoção de eventos e feira de troca, tudo isso no Centro de Goiânia. Um lugar ultra aconchegante, que remete a Londres. E que ainda vende LP’s para os apaixonados por vinis. É um espaço para celebrar a goianidade, divertir e renovar o guarda roupa.

                                                             
Apta e familiarizada com esse universo de “achadinhos”, a estudante Natália Carvalho, aprendeu
Natália Carvalho
com a mãe a fazer compras em brechós, e mais do que consumir, Natália aprendeu a se desapegar, "Eu aprendi a doar roupas também, porque eu não sou apegada as minhas roupas, da mesma forma que eu consumo, eu também faço doação para outros brechós".
Natália fala de uma das vantagens que considera nos brechós, "Sempre tem aquela peça que não tem mais na loja, porque de certa forma já saiu da moda. Mas nem por isso ela deixou de ser interessante, então você sempre encontra ela lá. Sempre tem aquela peça única, aquela peça com a cara da vovó, ou então moderninha, ou anos 90".
A moda é muito rotativa e nem todos conseguem acompanhar. Usar aquilo que te faz bem e ainda pagar pouco é um sonho de muitos, então, basta usar a criatividade e pesquisar muito, para que isso se torne realidade. Vestir-se bem e pagar pouco por isso é o que rola. E os brechós, são ferramentas importantíssimas e super úteis nessa busca.


Serviço:
Onde: Nô Brecho
Endereço: Rua três, nº941 - Setor Central – Goiânia
Telefone: (62) 3212-3061 - Whatsapp (62) 8124-5856
Horário de Funcionamento:
Segunda à sexta: 8h às 18h
Sábado: 8h às 13h
@NoBrecho

Onde: Empório Armário brechó e Suqueria
Endereço: Rua 15, nº 357, Centro - Goiânia
Telefone: (62) 3241-9615
Horário de Funcionamento:
Segunda: 12h às 18h/19h às 20h
Terça e quarta: 12h às 18h
Quinta e sexta: 12h às 00h 

Viajando pela Cidade de Goiás


Há 124 quilômetros da capital do estado de Goiás com uma população estimada em 24 mil habitantes, chegar à Cidade de Goiás é voltar 200 anos na história, lugar conhecido como o mais charmoso do estado de Goiás. Considerada patrimônio histórico-cultural pela UNESCO em 2001, a cidade é de um grande potencial turístico, recebendo por ano milhares de turistas brasileiros e estrangeiros.

            Percorrer aquelas ruelas com os seus casarões interligados uns aos outros e com suas fachadas coloridas é uma experiência única. Andar pela cidade e ver portas abertas, olhar pessoas descansando sentadas em uma cadeira de balanço faz com que percebamos o quanto a população é receptiva.
                                          Foto: Yohanna Santos

           Suas ruas de pedras desalinhadas, com vielas, becos e ladeiras, nos remetem a um local de muita paz e serenidade. Saber da história, quem morou ali, o significado de cada local visitado e retratá-lo através de imagens que ficarão guardadas e memorizadas para sempre em nossa mente, faz com que conhecer Goiás seja muito bom. Sempre com uma câmera em mãos o que não faltam são opções.
            Quem gosta de ver lindos artesanatos esculpidos pelas mãos de artesãos da própria cidade está no lugar certo. Em cada esquina casas que cederam alguns de seus cômodos para abrigar os famosos artesanatos e doces feitos por moradores da região, através da Associação das Artesãs de Goiás, passados de geração a geração.
                                          Foto: Yohanna Santos

Passeando um pouco mais pela bela e histórica cidade não poderíamos deixar de visitarmos a Igreja do Rosário com sua imensa torre. Construída em 1934 suas paredes internas ostentam pinturas e murais feitos pelo religioso Frei Confalonne, percebe-se então o seu estilo barroco colonial.
                              Foto: Yohanna Santos

Outra pedida é conhecer a Praça do Coreto, no centro da cidade, onde os turistas se reúnem para experimentar os mais variados tipos de sorvetes e picolés de frutos típicos do cerrado.
                                          Foto: Yohanna Santos

           Logo na entrada da cidade está a Casa Velha da Ponte às margens do Rio Vermelho, onde vivia a poetisa Cora Coralina, conhecida pelos seus inúmeros versos sobre a cidade. Hoje, transformada em um museu, guarda acervos de seus livros e objetos de uso pessoal da poetisa, sendo, portanto, mais um dos locais atraentes para visitantes.


Além disso, não poderíamos deixar de falar sobre o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) que acontece todos os anos. E mais uma vez este ano a cidade é palco deste maravilhoso evento. Turistas chegam de todos os lugares atraídos pela décima oitava edição do festival, com 6 mostras de cinemas nacionais e internacionais, fórum ambientais, debates com cineastas e mostras de fotografias.
                              Foto: Yohanna Santos
Goiás é isso, mistura de simplicidade com atualidade, gastar muito pouco e conhecer parte do Centro Oeste goiano através de suas belas cidades.
Faculdade Alves Faria
Yohanna Santos
5° Período

O Proletariado
           
Na rota pesada do dia a dia ouço diálogos divergentes sempre. Dia desses estava eu a ouvir uma senhora falando sobre a política, pois as pessoas adoram falar sobre esse assunto, especialmente quando ele entra em pauta, como em um ano de eleições. Todos têm uma opinião e um ponto de vista a ser discutido. Enfim, me peguei curiosa a observar a senhora comentando com um conhecido dela, que transparecia pouco entendedor e empolgado com o assunto.
E ela disse: “esse nosso governo é uma vergonha”, concordei nessa parte. E prosseguiu dizendo “que as “coisas” não mudavam por que o proletariado são aqueles que não deixam os dominantes progredirem”. Após essa afirmação, fiquei bastante espantada. O senhor, seu conhecido, que estava a escutar atenciosamente mais um discurso politico e parecia muito atento a cada fala, como se a cada palavra surgisse um novo aprendizado, humildemente disse: “Mas quem são os proletariados?!” E confiantemente a senhora, de forma sucinta, tentou explicar que:  “os proletariados faziam parte de uma sociedade alta, da qual não participávamos.”
Depois dessa afirmação eu me senti confrontada comigo mesma e com todas as coisas que eu já havia aprendido ou lido sobre política. Me lembrei, do meu professor que lecionava Ciências Sociais e sempre falava sobre Karl Marx , filósofo reconhecido e engajado na luta pelos direitos das minorias, defendia ardentemente os proletariados e julgava com a mesma ardência os dominantes. Fazendo com que todos entendessem o “mal” causado pela classe “dominante”. Mesmo sendo um pensamento crítico e de difícil compreensão, Marx teve ideias revolucionárias, que contribuiu para o desenvolvimento histórico político de sua época até os dias de hoje. Criticava radicalmente o capitalismo, onde predomina a exploração do trabalhador pela burguesia.
No dicionário, e eu recorri ao dicionário naquele momento, afirmava o seguinte: “O proletariado é um conjunto de trabalhadores de um determinado país, região e cidade”. Quem trabalha quer progresso, pensei comigo. Após recorrer ao vulgar “pai dos burros”, fiquei em silêncio observando aquela cena, ouvindo atentamente cada palavra e triste por saber que existe tanta ignorância sendo disseminada. A senhora voltou ao seu ofício, o senhor seu conhecido, saiu do estabelecimento sem nenhum questionamento, e carregando a certeza de que o pouco que sabia não era compatível com o que ela dizia.



imagem ilustrativa da internet

Fiquei atenta ao desfecho do diálogo e intrigada em interferir, mas por insegurança e medo da reação alheia, resolvi me conter e guardar na minha memória mais um diálogo cotidiano. Depois que cheguei em casa, percebi que cometi um erro, já que o conhecimento é matéria para ser compartilhada e o pouco que sabemos temos de dividir com o outro. Para melhorar a construção social, às vezes uma intromissão é bem vinda. 



Faculdades Alfa
Joyce Cristina | 5º Período