O Proletariado
Na rota pesada do dia a dia ouço diálogos
divergentes sempre. Dia desses estava eu a ouvir uma senhora falando sobre a
política, pois as pessoas adoram falar sobre esse assunto, especialmente quando
ele entra em pauta, como em um ano de eleições. Todos têm uma opinião e um
ponto de vista a ser discutido. Enfim, me peguei curiosa a observar a senhora
comentando com um conhecido dela, que transparecia pouco entendedor e empolgado
com o assunto.
E ela disse: “esse nosso governo é uma
vergonha”, concordei nessa parte. E prosseguiu dizendo “que as “coisas” não
mudavam por que o proletariado são aqueles que não deixam os dominantes
progredirem”. Após essa afirmação, fiquei bastante espantada. O senhor, seu
conhecido, que estava a escutar atenciosamente mais um discurso politico e parecia
muito atento a cada fala, como se a cada palavra surgisse um novo aprendizado,
humildemente disse: “Mas quem são os proletariados?!” E confiantemente a
senhora, de forma sucinta, tentou explicar que: “os proletariados faziam parte de uma
sociedade alta, da qual não participávamos.”
Depois dessa afirmação eu me senti
confrontada comigo mesma e com todas as coisas que eu já havia aprendido ou
lido sobre política. Me lembrei, do meu professor que lecionava Ciências Sociais
e sempre falava sobre Karl Marx , filósofo
reconhecido e engajado na luta pelos direitos das minorias, defendia
ardentemente os proletariados e julgava com a mesma ardência os dominantes. Fazendo
com que todos entendessem o “mal” causado pela classe “dominante”. Mesmo sendo
um pensamento crítico e de difícil compreensão, Marx teve ideias
revolucionárias, que contribuiu para o desenvolvimento histórico político de
sua época até os dias de hoje. Criticava radicalmente o capitalismo, onde
predomina a exploração do trabalhador pela burguesia.
No dicionário, e eu recorri ao dicionário
naquele momento, afirmava o seguinte: “O proletariado é um conjunto de trabalhadores de um determinado país, região e cidade”.
Quem trabalha quer progresso, pensei comigo. Após recorrer ao vulgar “pai dos
burros”, fiquei em silêncio observando aquela cena, ouvindo atentamente cada
palavra e triste por saber que existe tanta ignorância sendo disseminada. A
senhora voltou ao seu ofício, o senhor seu conhecido, saiu do estabelecimento
sem nenhum questionamento, e carregando a certeza de que o pouco que sabia não
era compatível com o que ela dizia.
imagem ilustrativa da internet
Fiquei atenta ao desfecho do diálogo e
intrigada em interferir, mas por insegurança e medo da reação alheia, resolvi
me conter e guardar na minha memória mais um diálogo cotidiano. Depois que
cheguei em casa, percebi que cometi um erro, já que o conhecimento é matéria
para ser compartilhada e o pouco que sabemos temos de dividir com o outro. Para
melhorar a construção social, às vezes uma intromissão é bem vinda.
Faculdades Alfa
Joyce Cristina | 5º Período
Nenhum comentário:
Postar um comentário